domingo, 24 de fevereiro de 2008

A culpa agora é do Raul

Está em cartaz em Belo Horizonte essa semana, no Espaço Usiminas Belas Artes, o filme "A culpa é do Fidel". O filme é a primeira ficção dirigida pela francesa Julie Gavras (filha do cineasta grego Costa Gavras). Julie reproduz a história da jornalista italiana Domitilla Calamai à partir de uma adaptação feita do livro autobiográfico de Domitilla, que quando criança recebia de sua babá constantes alertas sobre os perigos do comunismo. A culpa é do Fidel era a reposta da babá pra tudo quanto ia errado no mundo.

Fidel Castro aparece em diversos filmes e diversas são as interpretações e opiniões a respeito de sua vertente política. O matoSemdono aproveitando o momento, resalta a aparição de trechos de seus discursos no documentário "Surplus", quando ele lembra:

- "Cuba não promove o consumismo e, consequentemente, Cuba não promove a desigualde social".

Partindo daí e como grave exemplo de insurreição, segue-se um breve resumo da carreira política deste ditador cubano que deveria ser melhor compreendido principalmente pelos países capitalistas subdesenvolvidos como o Brasil, que tanto sofre com a exploração norte-americana. Afinal, Fidel conseguiu durante 49 anos deixar seu país a parte deste sitema predatório que é o capitalismo. A pergunta é: O novo governo da Ilha de Fidel será aprimorado ou subvertido pelo irmão Raul Castro?

Depois de 49 anos na contramão.

Em 26 de julho de 1953, com 26 anos de idade, Fidel liderou um grupo de 120 no assalto ao quartel Moncada em Santiago de Cuba. O assalto fracassou e vários revolucionários foram presos ou mortos. Ele foi preso e no curso do processo apresentou a sua própria defesa, o célebre texto "A História Me Absolverá".

Foi condenado a 15 anos de prisão, mas tendo cumprido 32 meses da pena foi beneficiado com uma anistia e partiu para o exílio no México aonde veio a conhecer Che Guevara. Outra personagem importante na Revolução Cubana foi o revolucionário cubano, Camilo Cienfuegos Gorriarán. Cienfuegos e Guevara se unem aos revolucionários cubanos que apoiavam Fidel Castro e inicia-se então a revolução armada.

Retornaram a Cuba comandando uma tropa de 81 revolucionários que a bordo do iate Granma invadem Cuba no dia 2 de dezembro de 1956. As forças do ditador Fulgêncio Batista, até então atual governante do país, quase aniquilam com todos na localidade de Alegría de Pío. Os sobreviventes refugiam-se na Sierra Maestra aonde dão início às guerrilhas contra a ditadura cubana.

Após 2 anos de luta a revolução é vitoriosa e os guerrilheiros, tendo à frente Fidel e Guevara, entram vitoriosos na capital Havana, no dia 8 de janeiro de 1959. Em 16 de fevereiro do mesmo ano Fidel assumiu o cargo de Primeiro Ministro. Durante um voô de Camaguey à Havana, ainda em 1959, o avião de Cienfuegos desapareceu no oceano, o que causou grande impacto em toda a população, que durante vários dias procurou algum vestígio do líder guerrilheiro, sem obter sucesso. Guevara assume o cargo de Ministro da Indústria e posteriormente Presidente do Banco Nacional de Cuba. Além de cuidar de assuntos militares, políticos e diplomáticos. Guevara representava no regime de Fidel Castro forte oposição aos ideais dos Estados Unidos. O que favorecia o estreitamento das relações entre Cuba e a União Soviética. E isto agradava aos propósitos de Fidel Castro para sua forma de governar que garantiu o poder ao exército nacional e estabeleceu as bases para um dos mais duradouros modelos socialistas da história.

Fidel recebeu o apoio da maioria dos presidentes brasileiros, com exceção dos militares no período da ditadura. Em abril de 1961 declarou o caráter socialista da Revolução Cubana. Fidel só largaria o governo de Cuba que conquistou aos 33 anos de idade esse ano, aos 82.

Seu sucessor é Raul Castro, irmão de Fidel. Raul ocupa os seguintes cargos na Ilha: presidente, vice-presidente do Conselho de Ministros, primeiro vice-presidente do Conselho de Estado de Cuba, vice-secretário do Politburo e do Comitê Central do Partico Comunista de Cuba (PCC), e Supremo General das Forças Armadas (Exército, Marinha e Força Aérea), e actual primeiro na Chefia de Comando.

Hoje a Ilha de Fidel possui a maior taxa de pessoas com curso superior Cuba e o menor índice de acesso à internet da América Latina (em Cuba só é possível navegar na WEB de hotéis ou do trabalho, principalmente nas empresas privadas que entraram na ilha em 1999). As maiores acusações contra o regime cubano são sobre a falta de liberdade de expressão e a proibição de circular livremente. É proibido criticar o governo que se defende, na política internacional, com seus altos índices educacionais, o melhor sistema de saúde gratuito do mundo e o invejável desempenho em competições esportivas, principalmente em olimpíadas. O Estado de Cuba não divulga informações oficiais sobre a situação do país, mas sabe-se que o índice de desenvolvimento humano (IDH) do país não é bom. Cuba enfrenta grandes problemas sociais e econômicos como qualquer país do mundo enfrenta.

Fidel ao renunciar esclareceu que não aspira a nenhum outro cargo no governo cubano mas que enquanto puder falar ou escrever a sua coluna no jornal Granma ele continuará influenciando as decisões políticas tomadas na Ilha.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Jornalista relata casos de violência contra movimentos sociais no Brasil

Recentemente, a jornalista Natália Viana disponibilizou o livro-denúncia "Plantados no chão - Assassinatos políticos no Brasil hoje" (Editora Conrad, 2007) na íntegra para cópia. O livro reporta seis diferentes casos, no espaço rural e urbano, de assassinatos de militantes e pessoas ligadas a alguma luta social, durante o atual período do Estado democrático de direito. Apesar de descrever relativamente poucos casos, o livro coloca em pauta a violência da qual os diversos movimentos sociais são alvos rotineiramente. Segundo a autora, a dificuldade inicial foi pela inexistência de definição de assassinato político, necessitando assim criá-lo. E, com a ajuda do filósofo Paulo Arantes, definiu-se como sendo a violência praticada contra aqueles que - inseridos em organizações sociais - lutam por direitos coletivos, como o passe livre, a reforma agrária, direitos trabalhistas, demarcação de território indígena, etc. Dessa forma, esse crime não só atenta contra a vida mas, no limite, contra a própria democracia, por impedir a participação política dos indivíduos.

A motivação de tal publicação foi devido a invisibilidade midiática desses casos, os quais continuam a se repetir e os responsáveis permanecem impunes. "Em plena democracia, os verdadeiros mandantes - os interesses econômicos e políticos contrariados pelas atividades das vítimas - parecem continuar poderosos e intocáveis", escreve Jan Rocha, jornalista e escritora, no prefácio do livro. Assim, essa iniciativa também visa agregar novas denúncias e casos através de um blog, o qual em breve será lançado.

Links:: Leia a entrevista de Paulo Henrique Amorim com a autora | Site do livro

Futuro Primitivo - John Zerzan

* matéria copiada do blog Sabotagem.
Futuro Primitivo
John Zerzan pode bem ser considerado, com pouca margem para dúvida, o mais polêmico dos filosofos vivos. Em sua perspectiva a queda dos céus da humanidade não teve início com o industrialismo e nem mesmo com a agricultura, mas sim com a aceitação da cultura simbólica, da linguagem, da arte, e o número.

A cultura, ao invés de ser vista como nossa maior emancipadora, é uma mediação a qual nos distância de uma aceitação sensual da realidade, de até aonde chega nossa capacidade de compreendermos a nós mesmos dentro do momento.

A linguagem é comunicação tornando-se presa ao assunto, arte é um preenchimento de uma realidade infinitamente mais rica, número é a prática de uma semelhança ilusória que consome nosso mundo de interesse.

Em seu livro de ensaios reunidos, Elementos de Rejeição e Futuro Primitivo (Elements of Refusal and Future Primitive), mapeia uma crítica primitivista que ele tem buscado no meio social anarquista nas últimas duas décadas.

Sua fama recente, tendo início com um artigo publicado no New York Times, e prolongada com entrevistas de rádio e televisão, focou-se imensamente em seu status de ser um dos poucos críticos da tecnologia que não acusou o Unabomber desde o início.

Com o advento de um mundo baseado na biotecnologia e na engenharia genética, pode-se colocar Zerzan na tradição dos sábios Taoístas, de Diógenes, e Rousseau como o último dos grandes expoentes do homem selvagem não limitado pelas regras dominantes – ou talvez ele seja o primeiro em uma nova tradição da qual o impacto ainda há que ser visto.

Baixe aqui o livro: Elementos de Rejeição e Futuro Primitivo (Elements of Refusal and Future Primitive)

Terra à vista, ou Aviso aos navegantes.

Olá, caro internauta. Esse blog está sendo criado com a intenção primordial de atender as atividades da disciplina "jornalismo on line" ministrada por Evaldo Magalhães no sétimo período do curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte. Pretendo ao longo das postagens, aproveitando o veículo, tratar também de alguns temas de meu interesse que busquem incitar reflexões a respeito do estilo de vida ao qual nos submetemos e qual a finalidade das morais, ideologias (ou a falta delas) e os limites temporais e financeiros que regem nossas atitudes e seus reflexos. Afinal formar opiniões deve ir além de reproduzir o cansaço.
"Infelicidade é uma questão de prefixo."