Ponderações como essa foram elaboradas pelo Desembargador Antônio Álvares da Silva, do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, em palestra sobre a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão jornalismo. A palestra, no dia 28 de outubro, foi o destaque no segundo dia da Semana da Comunicação. O evento, promovido pelo Curso de Comunicação da Estácio de Sá de BH, abordou as "novas perspectivas da prática profissional".
Antônio Álvares utilizou exemplos do cotidiano para ressaltar a importância da qualificação profissional para o exercício de determinadas atividades, em especial as que cumprem relevante função social, como o jornalismo. Segundo ele, o jornalista deve possuir qualificações técnicas, científicas e culturais, para pode transmitir informações de qualidade, que irão orientar a sociedade. O desembargador explicou que embora o diploma não seja uma garantia de formação adequada, ele presume que o profissional recebeu a qualificação necessária para o bom exercício de sua missão.
Quanto ao mau jornalismo feito por alguns profissionais - no sentido de tendencioso, sensacionalista ou até mesmo "publicitário" - o desembargador esclareceu que o problema não está ligado à formação dos jornalistas, mas sim, à lógica estrutural e à visão mercadológica das empresas de comunicação; e ressaltou a importância do trabalho de alguns jornalistas independentes:
Na palestra, Antônio Álvares relacionou para estudantes e professores os principais pontos do debate jurídico sobre o tema. Ele questionou também os argumentos utilizados pelo Ministério Público de São Paulo, autor da ação que pede o fim da exigência do diploma para o exercício jornalístico. Os professores elogiaram a clareza e o conteúdo das considerações feitas pelo desembargador;
A ação que pretende acabar com a obrigatoriedade do diploma será julgada pelo STF - Supremo Tribunal Federal. Para Antônio Álvares, o fim da obrigatoriedade seria um retrocesso. A clareza de sua exposição deixou mais confiantes os futuros jornalistas: